BDSM é um jogo
- Tulipa
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BDSM É UM JOGO
Crônicas do Mestre Sade
Em nenhuma outra situação a teoria dos jogos é mais válida do que no BDSM. A relação BDSM é um jogo, no qual as duas partes representam papeis. Na verdade, as pessoas, mesmo no mundo baunilha, também representam papéis. A diferença é que os papeis, no BDSM, são explícitos. A submissa que, na sessão, representa o papel de uma pet é o exemplo mais claro disso.
Surgida no rastro da revolução científica criada pela cibernética, a teoria dos jogos tenta explicar as relações humanas como jogos e tem sido usada em análises econômicas, administrativas e sociais. Mas também pode ser usada para explicar o relacionamento humano dentro do seu contexto mais básico: o relacionamento sexual, a família etc.
A teoria dos jogos nos ensina que existem jogos de soma zero e jogos de soma dois. Os de soma zero são aqueles que, se um ganha o outro perde (1-1=0). Por outro lado, os jogos de soma dois são aqueles que ambos ganham (1+1=2).
Embora a maioria dos jogos de divertimento sejam de soma zero (xadrez, damas, futebol etc), na vida cotidiana, os melhores jogos são os de soma dois.
Mais uma vez, o BDSM é um ótimo exemplo disso. Ao se deixar dominar, a submissa se entrega totalmente nas mãos do dominador. Ele passa a controlar seu corpo, sua mente, seus desejos, seus orgasmos. Pode parecer que a submissa perde algo com isso. Afinal, ela não controla mais nem mesmo quando e como terá orgasmos. Mas o que ocorre é exatamente o oposto: se estiver de fato nas mãos de um dominador de verdade, ela descobre um mundo de prazeres e percepções que desconhecia.
A maioria das pessoas foi condicionada a concentrar sua sexualidade e seu prazer na região genital. As mulheres normalmente acham que a única maneira de chegar ao orgasmo é estimulando o clitóris e a vagina. Essa é a razão pela qual eu não faço penetração na primeira sessão. Para estimular a submissa a descobrir novos prazeres, que todo o corpo pode ser uma fonte de prazer e até de orgasmos, que é possível gozar com um estímulo nos seios, no ânus, com um carinho pet ou até mesmo sem estímulo físico nenhum, apenas com a ordem do dono. A submissa descobre, maravilhada, que o corpo inteiro é uma zona erógena.
Minha submissa, por exemplo, espantou-se e me disse certa vez que eu a fazia ter vontades e prazeres que ela nunca imaginou ter.
O dominador, por outro lado, sente prazer ao ampliar essa capacidade de orgasmos da submissa – e pode orientá-la inclusive para dar prazer ao seu dono, adestrando-a, por exemplo, a sentir prazer no sexo oral a ponto de sentir orgasmos enquanto pratica oral em seu dono.
Ou seja: se bem feito, o BDSM é um jogo em que todos ganham. (MestreSade)
Mestre Sade
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