BDSM: Cuidados no bondage
- Tulipa
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CUIDADOS NO BONDAGE
Crônicas do Mestre Sade
Antes de mais nada, é bom esclarecer aqui que bondage foi usado no título de forma genérica, como qualquer tipo de amarração. Nesse sentido, as dicas apresentadas aqui servem tanto para o bondage americano quanto para o shibari ou o guaimbê. Feito esse esclarecimento, vamos a algumas dicas que podem tornar mais segura a experiência da amarração.
A primeira delas é a comunicação entre as partes. Quem está sendo amarrado deve sempre dizer como está se sentindo e avisar no caso de qualquer problema ou suspeita de algo fora do normal. Por outro lado, quem amarra deve sempre observar qualquer sinal estranho e deixar a comunicação aberta. Eu sempre pergunto à pessoa que estou amarrando como ela está se sentindo, se está tudo bem etc.
Uma dica interessante, do livro Best Bondage, de Evie Vanie, é fazer alongamento antes da cena. Se for uma amarração restritiva, como no caso do bondage americano e do shibari, o alongamento pode ajudar a suportar posições incômodas e evitar caimbras.
Cuidado com o pescoço
É uma das áreas mais sensíveis do corpo. Se a amarração passar pelo pescoço, evite compressão. Jamais puxe a corda para trás – o que pode provocar um enforcamento involuntário.
Não amarre nas articulações. Estou falando das articulações do braço, da perna, da virilha e das axilas.
Para explicar porque não se deve amarrar as articulações, peço que faça uma experiência. Coloque dois dedos na perna ou na coxa. Tente sentir a pulsação. Você não vai conseguir por uma razão simples: o sistema circulatório ai está protegido pela musculatura. O mesmo vale para os nervos.
Agora faça a mesma experiência na articulação. Com um pouco de paciência você poderá sentir as batidas da pulsação. Isso acontece porque nessa área praticamente não há a proteção muscular – e veias e nervos estão mais expostos. Apertar essas áreas com cordas pode provocar desde problemas de circulação a danos neurológicos. Então, evite.
Uma área especificamente delicada são os pulsos
É uma área com pouca proteção (da mesma forma que nas articulações) por onde passam veias e nervos. Se for necessário amarrar as mãos, o ideal é amarrar por fora, pela parte externa do braço, uma área mais protegida e menos perigosa.
Se a amarração precisar passar pela parte interna do braço, ou seja, pelo pulso, deve-se deixar uma folga de um dedo de diferença entre a corda e a pele.
Mesmo tomados esse cuidados é necessária atenção total. O puslo é uma das áreas mais perigosas do corpo. Estar atento a qualquer sinal de problema e manter a comunicação são fundamentais. Mudança de cor da pele, formigamento, falta de sensibilidade na pele ou dificuldade de apertar os dedos podem ser indícios de danos a nervos motores ou sensoriais. Danos que podem ser para sempre. E o formigamento provocado por problemas de circulação pode mascarar esse problema.
Além disso, é importante ter uma faca, estilete o tesoura à disposição, caso seja necessário soltar a pessoa em uma emergência (quando, claro, a amarração inclui aprisonamento). Água também pode é essencial para manter a hidratação de ambos.
Se a amarração envolver aprisionamento, como no bondage americano e no shibari, jamais deixe a pessoa sozinha e providencie meios para que ela possa se soltar sozinha caso haja algum problema com você.
Esses são alguns cuidados que se deve ter durante uma sessão de amarração. Eles podem ajudar a evitar que o prazer se transforme em problema. (MestreSade)
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Mestre Sade
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