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A ORIGEM DA MONOGAMIA

A ORIGEM DA MONOGAMIA

Crônicas do Mestre Sade

Monogamia: Houve uma época, muito, muito tempo atrás, em que a maioria das sociedades eram matriarcal. Um resquício desse período está nas deusas mães, associadas à natureza e encontradas em muitas sociedades – estatuetas dessas deusas mães, na maioria das vezes representadas por uma mulher com seios fartos e largos quadris, estão entre os artefatos mais antigos já encontrados por arqueologistas. As mulheres dominavam porque elas sabiam o segredo da reprodução. Afinal, era graças a elas que nasciam as crianças – e o nascimento das crianças era associado às boa safras. O o arroz jogado sobre os noivos no casamento faz exatamente essa relação: ao jogarem arroz, os convidados tanto desejam uma boa safra (sucesso financeiro) quanto muitos filhos ao casal.

Nessas sociedades, a procriação era associada aos ciclos naturais

A fecundação geralmente se dava em uma festa logo após a semeadura. Nessas festas, praticamente todos transavam com todos: o ato sexual era um símbolo mágico de fecundidade. A gravidez das mulheres seria também a gravidez da mãe terra. Portanto, quanto mais sexo, mais comida, melhor qualidade de vida. Havia igualmente o lado prático: a maioria das crianças iria nascer na época da colheita, período de menos trabalho e grande fartura.

É evidente que em tal sistema era quase impossível determinar quem era o pai e isso era conveniente para as matriarcas. Afinal, sabia-se quem era a mãe, tida como única responsável pela procriação e associada à deusa.

Em algum momento os homens começaram a perceber que eram também responsáveis por esse processo. Mais: perceberam que o jogo de poder só mudaria de lado quando os homens pudessem controlar o processo de procriação. Inventou-se a exclusividade sexual. A preocupação em garantir que o filho seria mesmo do homem era tão grande que em algumas sociedades as mulheres eram mantidas praticamente prisioneiras a vida praticamente inteira – primeiro pelos pais e depois pelos maridos – e não podiam ter qualquer contato com outros homens. Isso garantia uma linhagem pura.

Embora não fosse tão rigorosa nesse sentido, a socidade romana, por exemplo, considerava a traição um dos maiores crimes – e a razão era exatamente essa: a traição da mulher tornava impossível ter certeza de quem era o pai.  (MestreSade)

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Mestre Sade

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