SUBMISSA X ESCRAVA

Crônicas do Mestre Sade

Uma questão interessante, que levanta questionamentos de quem está começando é a diferença entre os termos submissa e escrava. Muitas vezes essas palavras são usadas indiscriminadamente, algumas vezes como sinônimos. Mas seriam a mesma coisa?

Bem, antes de mais nada, é importante lembrar que não existe um dicionário universal do BDSM, ou uma entidade que diga qual é exatamente o significado de cada termo. Assim, usaremos aqui a interpretação que é mais usual, aquela que é usada pela maioria das pessoas.

Assim, submissa e escrava são figuras diversas dentro do BDSM. Submissa é uma mulher que se sente insatisfeita com um relacionamento baunilha, que sente necessidade de servir, de se submeter a alguém, que sente prazer quando está sendo dominada. Mas uma submissa não precisa necessariamente ser submissa o tempo todo. Ela pode, por exemplo, se submeter entre quatro paredes e ser uma chefe em sua empresa. Além disso, uma submissa se entrega dentro de um relacionamento estabelecido por limites, alguns normais, e outros rígidos, que devem ser respeitados, e tem direito à safe – ou seja, pode terminar a sessão no momento que quiser.

A escrava, por outro lado, representa um nível mais aprofundado de submissão. Uma escrava se entrega totalmente, estabelecendo muitos poucos limites e normalmente não te direito à safe. Seu principal direito é entregar a coleira. Escravas normalmente vivem com seus donos, em relacionamentos 24-7, sendo escravas 24 horas por dia, 7 dias da semana e tudo em suas vidas é reguladas por seus donos. Devem pedir permissão até mesmo para decidir como gastar seu dinheiro, caso trabalhem. Na maioria das vezes, uma escrava opta por viver integralmente como escrava, dentro de casa, servindo seu dono.

É importante destacar que uma escrava não é obrigada a ser escrava. Ela decide ser assim. Ser uma escrava é a realização de suas vidas e é o que lhes dá prazer – e elas escolhem isso por livre e espontânea vontade. E ser escrava é visto por elas com grande orgulho (já conversei com algumas que se sentem superiores às submissas, justamente por estarem num nível superior de entrega).

Mas, novamente, é bom destacar que nada é absoluto. Uma submissa pode viver com seu dono sem ser escrava. O que de fato caracteriza a escrava é seu nível mais alto de entrega e superação de limites. (MestreSade)

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Mestre Sade