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Transexualidade e Transfeminismo

PRAZER, ME CHAMO CECÍLIA

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Divulgação: Facebook

A introdução das pautas sobre a transgeneridade na sociedade são bem recentes. Antes não se falava sobre travestis e transexuais. Não se questionava. Sempre fomos “seres” a parte que habitavam a terra e era isso.

Não ocupávamos os mesmos espaços que as outras pessoas “normais”. Nós não éramos vistas como pessoas “normais” e ainda não somos vistas como seres humanos pelos nossos não-iguais.

“Aqui quem vos fala é Cecília, tenho 20 anos. Sou artista, militante afro-transfeminista, trabalho na noite como drag queen e sou travesti”.

Louco, né? Pois é, a vida tem dessas. Enquanto travesti ou uma pessoa transgênero, nunca me passou pela cabeça ser uma figura pública, ter voz e ser ouvida. Isso, a frase é essa – ser ouvida.

Uma pessoa designada como “homem” ao nascer, a socialização masculina sempre esteve presente desde cedo na minha vida. Roupas ditas como masculinas, cores como azul e verde, escolinha de futebol, carrinhos e cabelo curto. Era isso, e somente isso que me fora apresentado, e isso deveria definir quem eu era. Ou pelo menos quem meus pais esperavam que eu fosse. Mas não me definia por completo, não era suficiente.

Eu tentei ir contra essa socialização masculina, um milhão de vezes

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Divulgação: Facebook

Até aos 14 anos quando as coisas começaram a ficar um pouco complexas e incompreensíveis na minha vida. Foi nessa época também que eu ouvi as primeiras palavras sobre ser gay e ser trans.

A mão estava sempre “quebrada”, a outra na cintura, a camiseta na cabeça pra fingir que era cabelo e os constantes movimentos de quem tirava o cabelo do rosto num dia de vento muito intenso. Ou como a Beyoncé faz quando o ventilador do palco não colabora para o close. *risos*

Mas eu era sempre repreendida, reprimida. As falas da minha mãe eram bem claras: “Dê um jeito nessa mão garoto! ”; “Parece uma garota, tiro isso da cabeça”; “Ajeita essa mão, parece mulherzinha”; “Que foi agora, quer ser Roberta Close? Vou te vestir de sutiã e calcinha e te colocar no meio da rua, ver se toma vergonha na cara”.

Pesado! Enquanto para mim aquelas ações que tomavam meu corpo eram involuntárias e espontâneas, ao mesmo tempo, parecia não ser correto ser daquela forma. Então eu mesma passei a me reprimir. Passei a me esconder.

Eu estava em depressão

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Divulgação: Facebook

Ahhh, a Roberta Close. E quem era essa mulher que me era citada naqueles momentos de repreensão? Quem era essa representatividade negativa que me era imposta? Foi quando eu ouvi falar sobre transexualidade.

Mas a transexualidade era um tabu, não era conversada, as coisas que eu achava eram sobre homens que se atraiam por homens e mulheres que se atraiam por mulheres, enfim, sobre sexualidade.

Eu não tinha escurecido na minha mente ainda essa distinção da sexualidade ≠ identidade de gênero. Então o “ser gay” era o que eu achei ser suficiente para me expressar naqueles momentos em particular.

De me assumir aos 17 anos até agora, aos 20 anos, foi um longo processo de descoberta, desconstrução dos meus próprios pré-conceitos, uma desconstrução do meu ser, enquanto indivíduo opressor dentro da comunidade LGBTTQI+.

A partir disso eu era uma minoria

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Divulgação: Facebook

Diante disso, eu posso dizer que sendo travesti hoje, eu tive uma vivência e uma realidade muito privilegiada. A minha identidade de gênero, travesti ou transgênero, fora construída socialmente de uma tal forma que nem todas as outras travestis e mulheres transexuais tiveram a chance de experimentar, mas ainda assim eu sou travesti, ainda sim meu corpo é marginalizado e ainda, sim, hoje eu não sou respeitada, enxergada. Minha existência, luta e resistência é nula por parte da sociedade.

“Eu vi gente morrer, eu vi gente ser espancada, eu vi amigos se matarem, eu vi amigos serem expulsos de casa por simplesmente “serem e existirem” E passei a experimentar o preconceito de perto, passei a me afastar dos meus não-iguais e se juntar aos meus iguais”.

E hoje, Cecília, a travesti que vos fala nesse blog, está viva, está resistindo e tem muito o que aprender e compartilhar. Então se quiser sentar aqui nessa roda de conversa e aprender um pouco e passar conhecimento, eu vou estar aqui semanalmente com pautas afro-transfeministas que eu acredito serem de EXTREMA importância e urgência para um entendimento do que é a transexualidade, o que é ser travesti, preta, pobre e favelada hoje, 2016, no Brasil.

Deixo um beijo pra quem quiser, amo vocês demais <3

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Cecília DellaCroix

Travesti, Drag Queen, Artista, Periférica e Afro-transfeminista

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