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Preta, pobre, periférica e travesti

A verdadeira consciência negra que deveria ser propagada de livre acesso

consciência negra
Fonte: http://diariodamanhapelotas.com.br/site/semana-da-consciencia-negra-comeca-nesta-segunda/

Eu, muitas vezes não entendo o porquê as pessoas brancas se irritam tanto com o dia da Consciência Negra, de verdade, eu não entendo.

Você só precisa dessas duas palavrinhas no Google pra entender o que é esse dia:

“Libertação dos escravos, dia nacional da consciência negra, 20 de novembro, o negro no Brasil, quilombo dos palmares, Zumbi, Lei do Ventre Livre, Lei dos Sexagenários, Lei Áurea, 13 de maio de 1888, marginalização dos negros, preconceito racial, formação do povo brasileiro, cultura brasileira”.

E a consciência negra vai muito além de ser só um feriado. De ser só um dia a mais no calendário. Não pode ser só um dia passageiro. Precisamos sempre lembrar qual a nossa história, nossa verdadeira história.

Mas a consciência negra que eu gostaria de pautar hoje é o orgulho em ser negro, orgulho de todas as nossas características negróides.

Orgulho do nosso crespo, orgulho da nossa cor, orgulho da nossa cultura que a muito custo, depois de nos agarrarmos a nossa negritude, temos que criar uma resistência e enfrentar a sociedade com esses signos que remetem o orgulho a nossa cultura.

    “Nada poderá, torna-nos menos pretos que somos: paz, coroas e tronos”. – Rico Dalasam (Paz, Coroas e Tronos)

Mas não faz sentido a forma como as pessoas desprezam esses signos, não faz sentido o boicote a nossa cultura. Não faz sentido o endeusamento de uma cultura euro centrada, da qual não nos pertencem. Nossa cultura é negra, nosso povo é negro, nosso orgulho tem que ser NEGRO.

Tem um interlúdio no álbum A Sat At The Table da artista Solange que fala justamente desse orgulho em ser preto. Que sim, existe muita beleza em ser negro e que isso a entristece por não ser algo que nos é permitido expressar.Porque se você se faz orgulhoso em ser negro, você está automaticamente proclamando algo anti-brancos. O que não faz sentido algum.

Ela continua dizendo que celebrar a cultura negra não quer dizer ser contra a cultura branca, só quer dizer que você é a favor da cultura dos seus iguais. E é engraçado como ela cita um fato que acontece muito, é que quando você passa a performar esse orgulho, se empoderar desses signos de resistência da cultura negra, as pessoas brancas se irritam, como se fôssemos peças que não se encaixam no quebra-cabeça da sociedade. Do que é ser padrão. Porque muita gente parte do princípio que o Brasil é feito majoritariamente de pessoa brancas quando todos são afros descendentes.

    “Na televisão a verdade não importa, é negro favelado, então tava de pistola”. – MC Carol (Delação Premiada)

Esse orgulho é necessário. Precisamos falar que somos bonitos e bonitas e “bonites”, precisamos enxergar nossas belezas reais. Toda nossa auto estima fora tirada enquanto éramos pequenos. Era chacota pelo nariz grande, pela boca grande, pela cor escura. Estamos de saco cheio.

É absurdo não termos o direito de deixar nossos cabelos naturais crescerem em paz, termos que alisar pra conseguir emprego no mercado de trabalho formal. Isso causa feridas, nos fere psicologicamente, fere nossa autoestima.

Claro que temos outras coisas pra falar, não só da estética visual, que também é empoderamento, mas não é só isso…

“Há tanta gente infeliz, com vergonha da beleza natural”. – Karol Conká (Bate a Poeira)

Precisamos falar do racismo que é institucional no Brasil, precisamos falar do racismo velado. Precisamos falar nesse dia 20 sobre tudo que nos atinge, mas não cabe a mim mediar essa pauta, não cabe SÓ a mim, vamos discutir, vamos pautar nossas vivências, dores e desgostos.

Vamos COLOCAR O NEGRO COMO EVIDÊNCIA, já chega do branco em evidência. Vamos criar NOSSAS PRÓPRIAS REFERÊNCIAS, NOSSAS PRÓPRIAS REPRESENTATIVIDADES. É NÓS POR NÓS. E BORA OCUPANDO OS ESPAÇOS QUE NOS FORAM NEGADOS A VIDA TODA!!!

“É TUDO NOSSO E NADA DELES” – Rosa Luz

AXÉ

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Cecília DellaCroix

Travesti, Drag Queen, Artista, Periférica e Afro-transfeminista

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One thought on “Preta, pobre, periférica e travesti

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