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Saúde: Proteção no sexo lésbico

Um assunto muito tabu entre mulheres, mesmo entre aquelas que se afirmam feministas e fight like a grrrrl

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Esses dias, conversando numa roda de visibilidade lésbica, percebi o quão tabu e problemático é a ideia de mulheres que pedem pra se proteger durante o sexo. E há razões para isso:

Não existe, no Brasil, meios de proteção específicos para mulheres que transam com mulheres. E é muito comum ver relatos de lésbicas que frequentemente ouvem que “se não tiver risco de gravidez não tem problema”. Inclusive de ginecologistas. Isto quando a mulher se sente suficientemente a vontade para dizer que é lésbica.

Logo, sobram duas opções:

Não se proteger ou criar métodos alternativos, improvisados e (em alguns casos ) bem broxantes. Bem broxantes mesmo.

Ficou interessada? Então, saca só!

Colocar plástico filme pra fazer sexo oral. Usar dedeiras ou, para quem tem acesso ao ambiente médico, o dental derm, uma espécie de capinha para a boca usada pelos dentistas. A única opção que eu acho viável e que uso no sexo é a de abrir uma camisinha masculina e a colocar sob a vagina para o sexo oral. Mas ainda é uma medida paliativa. Ou seja, nada realmente pensado para lésbicas. Tudo improvisado e muito provavelmente não seguro. Já me disseram que o plástico filme, quando em contato com a saliva, libera substâncias cancerígenas, mas até aí eu nunca googlei isso pra saber se é verídico.

E convenhamos, nossas bocetas não são frango assado pra ficarmos nos esgrouvinhando com plástico né?

Muitas mulheres com quem eu converso sobre isso dizem que é humilhante pedir para se proteger no sexo. Por conta destas improvisações todas mas também porque muitas se sentem “sujas”, como se a possibilidade de contrair alguma doença estivesse diretamente associada à higiene íntima. E muitas realmente acreditam que não é possível contrair nada. Camisinha feminina não chegou a ser opção porque não é algo fácil de encontrar por aí, e pra piorar é mais cara do que a masculina.

Ah, fora as que dizem que acham humilhante comprar uma camisinha masculina pra transar. E eu não tiro a razão delas. E, sinceramente, acredito que exista uma razão específica para que não exista visibilidade no sexo lésbico e que isso seja reproduzido pelas mulheres:

O. nosso. sexo. não. é. lido. como. sexo. de. verdade.

Quantas de nós já não ouvimos que se só tem penetração com dedos não é válido? Ou que o nosso sexo na verdade não passa de “””preliminares””” ?

O sistema patriarcal atua de maneira subversiva e desde muito cedo na vida de todos nós. O machismo é cultural, produzido, consumido e reproduzido pelas pessoas. Sendo assim, não é incomum ver mulheres que realmente acreditam que sexo lésbico não pega nada. Muitas até dizem que sexo com mulher não é sexo de verdade, não conta como traição. E é aí que quem te trai é você mesma minha amiga.

Usar uma camisinha masculina ainda é uma maneira de improvisar uma proteção. Mas é o que tem me salvado estes anos todos. Em 2014 eu, mulher lésbica, tive hpv. Por pura desinformação e reprodução desta ideia de que sexo entre mulheres não tem riscos, afinal a “troca de fluídos é menor”.

E eu só descobri porque ainda sou extremamente privilegiada por poder pagar uma ginecologista cara mas que não é lesbofóbica e nem gordofóbica para fazer exames de rotina todos os anos. Lá no consultório ainda fiquei chocada com um dado que ela me trouxe. 1 em cada 3 mulheres adquire hpv e nem sabe disto, pois se for um dos de baixo risco, é bem possível que o nosso próprio corpo o elimine.

Mas e se não for???

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Foi aí eu me deparei com a verdadeira humilhação: tive que ligar para todas as parceiras que tive naquele ano e contar que descobri o hpv. Pedi para que elas fizessem exames e me senti extremamente culpada a cada ligação. Me senti suja e depravada. E depois burra. Por ter sido tão ingênua a ponto de realmente compactuar com a ideia de que sexo lésbico não traz doenças. Me tratei e me curei. E tirei disto tudo uma lição: Todo sexo é um risco. Não podemos esquecer que sempre que você transa com uma pessoa sem proteção, você não está transando só com aquela pessoa, mas sim com todos os parceirxs que ela também já teve sem proteção.

Desde este episódio eu faço exames a cada 6 meses, sempre peço pra transar usando a camisinha masculina aberta e tento ao máximo mostrar para as meninas que sexo protegido não é humilhação mas sim uma forma de proteção, carinho e amor. Tanto com você mesma quanto com sua parceira.

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CROW LUINE

Lésbica e Gerente da loja Lollaboo – Plus Size

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One thought on “Saúde: Proteção no sexo lésbico

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